Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;
Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
Caro gestor do blog;
ResponderExcluirRetirei este soneto para colocar numa antologia dos poemas mais populares do Brasil, por um coisa ou outra, que estou preparando. Eu acho este soneto dele o máximo. Aliás, como poeta sofri influência de Cláudio Manuel da Costa. Também escrevi um ensaio que saiu na revista Vozes, de Petrópolis, não me recordo em que ano.
Atenciosamente
Francisco Miguel de Moura
e-mail:franciscomigueldemoura@gmail.com
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